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Esquiva Experiencial, já ouviu falar?

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Por: Ludmila Carvalho
Publicado: 05/06/2019

Não gostamos de sofrer. Não gostamos de entrar em contato com a dor. Não gostamos de entrar em contato com nossas próprias falhas, defeitos, fracassos.

Sem perceber, muitas vezes criamos estratégias para “escapar” desse sentimentos… 

Talvez a gente desista de ir a algum lugar para deixar de encontrar alguma pessoa desagradável, ou para evitar uma lembrança dolorosa.

E isso não é de todo ruim, pois às vezes é importante e até necessário, como uma espécie de autopreservação.

O problemas é quando isso é constante, e acabamos por criar diversas formas de “fugir” das situações desagradáveis, sem se dar conta. O nome disso é “esquiva experiencial” e embora traga um certo alívio, seu resultado pode ser pior a longo prazo.

Vamos imaginar uma situação de luto. A perda de um ente querido pode ser muito dolorida, e, para algumas pessoas, pode parecer uma dor insuportável. 

Então a esquiva experiencial faz com que a pessoa não entre em contato com essa dor. Ou seja, crie situações para se esquivar disso. E pode acontecer de diversas maneiras… fingindo ser mais forte e ter superado já, ou encontrando outros problemas com que se preocupar.

É tipo a pessoa que perdeu alguém que ama, e passa a se dedicar totalmente ao trabalho, “mergulhando” nos seus afazeres e respnsabilidades, e, muitas vezes, não dando um tempo... não se permitindo sentir.

É, dói…

Mas é muito necessário.

 

Em nossa sociedade é muito ressaltada a ideia de que o sofrimento é evitável (sofre quem quer) e também de que saúde mental significa a ausência de sofrimento.

Então, é mal visto chorar, ficar triste ou se sentir ansioso, e quando experimentamos algumas dessas sensações ou emoções, lutamos fortemente contra elas. Além de parecer fraqueza, parece dar indício de desequilíbrio mental, e ninguém quer parecer desequilibrado, não é mesmo?

E daí ocorrem pensamentos do tipo: “tenho que estar bem para fazer coisas”, “preciso me sentir feliz para poder voltar ao trabalho”, ou “não suporto ficar nervoso, preciso que isso termine já”. Porém esses pensamentos em si, são uma fonte de desconforto, pois existe uma ideia de que você precisa “estar bem” para poder desfrutar qualquer tipo de atividade ou tarefa.

 

E quando esses pensamentos, essa busca por “se sentir bem” se torna o elemento central de nossas vidas, caímos em sua armadilha. Porque é a busca do bem-estar perfeito que nos faz ficarmos sempre alertas, trazendo uma ansiedade constante. De modo que, numa tentativa de deixar de lado essas experiências psicológicas negativas (pensamentos e emoções), tudo o que conseguimos é torná-las mais fortes.

 

Para lidar com a esquiva experiencial, é importante buscar terapia, além de outras estratégias de autoconhecimento.

É importante entrar em contato com o sofrimento, com a dor.

 

Como diz a letra da música dos titãs:

 

Não tome comprimido
Não tome anestesia
Não há nenhum remédio
Não vá pra drogaria
Deixe que ela entre
Que ela contamine
Que ela te enlouqueça
Que ela te ensine
Não fuja da dor
Não tome novalgina
Não tome analgésico
Nenhuma medicina
Não ligue para o médico
Deixe que ela chegue
Que ela te determine
Que ela te consuma
Que ela te domine
Não fuja da dor
Querer sentir a dor
Não é uma loucura
Fugir da dor é fugir da própria cura


Para saber mais:

https://www.comportese.com/2013/05/nao-fuja-da-dor-a-esquiva-experiencial-e-seu-papel-na-psicopatologia

https://amenteemaravilhosa.com.br/transtorno-de-esquiva-experiencial/

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